O que é, afinal, Mindfulness ou Atenção Plena?

Mindfulness ou Atenção Plena refere-se a um processo ativo de observação e presença a cada momento da vida, em contraposição a um estado de “piloto automático” – respostas automáticas e inconscientes. Deixando o piloto automático, passamos a viver de forma mais serena e genuína. Assim, mindfulness significa estar realmente presente, intencionalmente, num processo de autoconhecimento, de conhecimento do mundo e dos outros e da totalidade da existência. É a capacidade de observar as experiências internas (perceções, cognições, sensações, emoções, etc.) e externas do momento presente, à medida que estas surgem, sem lhes reagir ou ficar assoberbado por elas. Esta consciência do momento presente oferece-nos mais discernimento, sabedoria, clareza e aceitação da realidade.

 

A prática da meditação Mindfulness pode ser:

  • Formal: Exige a dedicação de um tempo específico, é uma oportunidade para o aprofundamento da prática de mindfulness e permite uma compreensão mais intensa da nossa mente, tendências e padrões de pensamento.
  • Informal: Refere-se a um estado de consciência que se adota na medida em que se realizam as diferentes atividades do dia-a-dia. Na prática informal do mindfulness, podemos descansar na consciência do presente, a qualquer momento do dia.

 

Ainda tendo já sido esclarecido o que é a atenção plena/mindfulness, poderá ser importante esclarecer também o que mindfulness não é, dada a existência de vários mitos no que diz respeito a esta prática.

  • Mindfulness é pensar em nada;

Mindfulness não é pensar em nada, pelo contrário, é estar consciente do que pensamos, aceitando qualquer pensamento que surja. A ideia não é esvaziar a mente, mas sim observá-la;

  • Mindfulness é apenas para yogis ou budas;

Ainda que seja uma prática originária do oriente, todos podemos praticar e beneficiar dela;

  • Precisa de ser praticada em posição de pernas à chinês, no chão;

Como já foi esclarecido, existem práticas formais e informais de mindfulness. A prática formal tende a implicar uma posição alerta, mas relaxada, sendo a posição sentada, com a coluna ereta a mais recomendada. Contudo, a prática informal pode ser realizada em qualquer lugar, a qualquer momento, sem qualquer tipo de constrangimentos.

  • É milagroso, após 5 minutos de prática já sentimos todos os benefícios;

Mindfulness pode, de facto, ser milagroso, mas exige prática consistente de modo que se consigam sentir os seus efeitos. É um treino da atenção e da mente.

  • Vai resolver os nossos problemas ou fazê-los desaparecer;

Tal como todos os bons hábitos, mindfulness pode ajudar-nos a olharmos para a vida de uma forma diferente ou até ajudar a aliviar alguma da sua pressão, contudo, não resolverá problemas de ninguém ou, muito menos, os fará desaparecer.

 

Mas afinal, quais os benefícios de que tanto se fala?

A prática de mindfulness pode potenciar benefícios em vários domínios da nossa vida, contudo, deixamos alguns dos benefícios pessoais resultantes de uma prática regular:

  • Promoção de autoconsciência (física, mental e emocional), autoconhecimento e autoaceitação;

Através da observação dos padrões e tendências da mente, sem julgamentos.

  • Potencia a inteligência emocional e autorregulação;
  • Regulação do stress;

Anulando a tendência de nos agarrarmos a cada sentimento e emoção e aprendendo a apenas observar, aceitar e deixar ir, de forma compassiva, diminuímos a ruminação e perpetuação de emoções negativas.

  • Regulação do humor e promoção de bem-estar;

Controlando a ruminação das experiências emocionais negativas, conseguimos diminuir as emoções negativas e promover emoções positivas.

  • Melhoria da autoestima e autoconfiança

O mindfulness anula a autocrítica, por meio do não julgamento.

 

E porque o mindfulness não se resume apenas a cuidar da mente, importa referir que também os benefícios físicos do mindfulness estão bem documentados. A investigação tem já reportados os benefícios da meditação regular na melhoria da digestão, fortalecimento do sistema imunológico, diminuição da tensão arterial, auxílio ao corpo no processo de cura e alívio da inflamação.

Quanto ao impacto positivo no funcionamento e nas estruturas cerebrais, sabemos através das neurociências, que a prática de mindfulness altera a estrutura de áreas cerebrais. A título de exemplo, aumenta a espessura cortical de zonas relacionadas com a atenção e reduz a de zonas relacionadas com o stress. Mais do que isso, sabemos que o mindfulness ajuda a regular as emoções, atenuando a atividade da amígdala, que é a parte do nosso cérebro responsável pelos mecanismos de sobrevivência. Em vez de reagir, passamos a funcionar mais com o nosso córtex frontal, que é o que nos permite raciocinar e tomar decisões mais acertadas.

 

E tu? Já praticaste mindfulness hoje?

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