Educação Emocional e Mindfulness para Crianças: Qual a importância?

Vivemos numa sociedade altamente acelerada, com um quotidiano apressado e onde o stress nocivo se enraizou no dia-a-dia. Privilegiamos o “fazer” em detrimento do “sentir”, o “ter” ao invés do “ser”. Existe uma ânsia de eficiência e de produtividade, de tal forma enraizada que prestar atenção à beleza e simplicidade do momento presente deixou de ter importância. Esta forma de stress nocivo abrange a população adulta em geral e transmite-se transgeracionalmente.

Infelizmente, as crianças de hoje absorvem esta azáfama e, por consequência, vemos os mais pequenos tornarem-se mais stressados, ansiosos, preocupados, frustrados e infelizes. Por isso, é essencial promover o desenvolvimento emocional, logo na primeira infância, perante as primeiras experiências de vida: ajudar a criança a perceber o que está a sentir, o que fez os outros sentir e a desenvolver um conjunto de habilidades e estratégias que lhes permitam regular o que sentem e serem mais resilientes e autoconfiantes.

A educação emocional permite-nos identificar, expressar, processar e regular as emoções e, consequentemente, ajustar o comportamento a cada situação, de acordo com as nossas emoções e com as dos outros. Assim, as emoções, se bem interpretadas e vivenciadas, têm uma função protetora, ajudando-nos a identificar o perigo, a perceber a necessidade de estar alerta, a compreender a vontade de mudar ou a importância de agir ou não agir.

Se, diariamente, ensinar as crianças a não ter medo de falar sobre emoções negativas, ajudá-las a valorizar e contextualizar o que está a ser sentido e as acolher quando o fazem, estará a promover a sua expressão emocional, fornecendo-lhes um repertório emocional saudável e equilibrado e diminuindo os riscos de virem a suprimir emoções.

“A capacidade de ser emocionalmente inteligente mune a criança, o adolescente e, mais tarde, o adulto de ferramentas para atingir o sucesso nas diferentes etapas e face aos desafios da vida, seja no mundo interior, na vertente académica e profissional ou nas relações com os que se vai cruzando, sendo mais apto na relação emoção, pensamento e ação (Alves, 2015).”

E então e o mindfulness?

Uma forma de compreender o Mindfulness é entendê-lo como a consciência que emerge através de prestar atenção a um propósito, estando no momento presente, sem julgamento, e em contacto com o que revela a experiência momento a momento.

A prática de Mindfulness muda o foco de atenção das crianças e dos jovens para o próprio processo de autoconhecimento. As técnicas de Mindfulness desenvolvem nas crianças e adolescentes um profundo trabalho de reconhecimento e conexão consigo próprios: com o seu corpo e com as suas sensações, com os seus pensamentos e com as suas emoções. O treino em mindfulness realça, por isso, o trabalho da educação emocional e favorece uma autogestão saudável, melhorando a conexão com as emoções, fazendo com que as crianças e jovens aprendam a ser mais confiantes, reduzindo os efeitos negativos do stress (Perestrelo, 2018).

A prática de meditação mindfulness tem demonstrado também efeitos positivos em importantes regiões do cérebro relacionadas com o funcionamento motor, inclusive no controlo da tomada de decisão, na escolha do ponto de vista, na aprendizagem e na memória, na gestão de emoções e no sentimento de pertença. Existem evidências crescentes de que isto seja revelante em crianças e adolescentes, cujo sistema nervoso e cérebro ainda estão em desenvolvimento e são mais sensíveis aos efeitos negativos do stress (Kabat-Zinn, 2013).

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